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Foto do escritorMiho Mihov

Os 6 princípios das Relações Despertas

Relacionar-se é inevitável. Mesmo se você morasse numa ilha isolada ou numa caverna você precisaria se relacionar com a natureza ao redor e certamente com todas as emoções, sensações e pensamentos que surgem dentro de você. A maneira que nos relacionamos com as outras pessoas são o exato reflexo da nossa relação com a nossa experiência momento a momento. O nosso estado interno influencia diretamente as nossas relações. Se vivemos em constante conflito com os outros é porque existe uma ressonância interna com os conflitos existentes em nós. Neste texto, eu gostaria de apresentar 6 princípios que podem te apoiar na sua exploração da arte de se relacionar.


1. Autonomia Espiritual

Ser espiritualmente autônomo significa saber que você não é uma pessoa limitada e separada dos outros. Você e o outro são Consciência, a realidade única que existe, expressando e se experienciando através de formas individuais. Esse saber-se como consciência e não como ego é o próprio despertar para a nossa completude. Quando você experiencia que nada falta em você para estar internamente bem e em paz, você não espera que o outro precise fazer algo ou mudar para te completar. Autonomia espiritual é a realização que a sua real natureza é suficiente. Nada falta no outro e nem em você. Para essa realização fazer diferença nas suas relações, ela precisa ser vivenciada e incorporada, e não apenas um conhecimento intelectual. Ela precisa ser integrada no teu corpo, emoções, pensamentos e comportammoment


2. Maturidade emocional

As emoções são muitas vezes a fonte de maior sofrimento nas relações, mas também são grandes oportunidades para liberação de padrões egoicos e energias presas no corpo devido à questões da infância, traumas e defesas. Muitos adultos nunca aprenderam a lidar com aemoções intensas sem reprimir ou projetá-las no outro. Existem maneiras de viver a emoção, deixando ela fluir e passar por dentro de você sem entrar nas narrativas sobre si mesmo, sobre o outro ou sobre a situação. Mesmo quando a energia emocional parece que está tomando conta, se você permanece presente ela não tem poder sobre você e a forma que você age. É necessário cultivar presença no dia a dia e permitir aceitação e acolhimento das energias que surgem momento a momento.


3. Flexibilidade e abertura mental

Uma mente rígida e fixada em preconceitos, julgamentos e narrativas é uma mente difícil de se relacionar. Quando você se abre e vive a partir de um lugar de não saber, você possibilita que a vida flua através de você e através dos outros com naturalidade, amorosidade e sabedoria. Para desenvolver soltura e flexibilidade mental, precisamos desconstruir e dissolver os conceitos que carregamos com apego e a partir dos nossos medos e inseguranças. Você pode se perguntar: Quem sou eu sem essa crença sobre mim ou o sobre o outro? As nossas ideias fixas nos definem e nos oferecem conforto às custas de um modo de existir semi morto. Em vez de manter a ilusão de controle através dos nossos julgamentos e projeções, nós podemos investigar e questionar os nossos pensamentos. A partir desse questionamento, podemos sair da prisão da nossa mente e ajudar a liberar os outros da prisão deles.


4. Sinceridade e clareza na comunicação

Numa visão desperta, uma comunicação que traz paz e cria senso de conexão vem da presença amorosa na nossa escuta e fala. Nesse contexto, é essencial reconhecer e soltar a necessidade de estar certo e permanecer aberto para tudo que precisa ser expressado dentro do campo relacional. O ideal é se cada um consegue falar sobre as suas dificuldades, necessidades e valores sem julgar, culpar ou projetar no outro. Ao mesmo tempo, quando o outro fala, é muito bem vinda uma escuta profunda por trás das palavras para detectar qual é a real necessidade dentro de cada situação.


5. Presença corporal

O corpo e os nossos sentidos são os nossos veículos através dos quais a consciência experiencia a si mesma nessa forma humana em relação com outros corpos. Se nós negamos o corpo, nós negamos um aspecto essencial da nossa existência. Por isso é tão importante de cultivar uma relação presente e amorosa com o corpo. Quando a nossa atenção está ancorada em alguma parte física como respiração, sons, movimentos, tato, visão, a nossa mente fica calma e estável. Essa estabilidade e atenção plena é a base de uma relação pacífica e equilibrada. A presença corporal nos posibilita uma vida mais saudável e nos proporciona uma expressão sexual e sensual integrada e alinhada com a nossa essência.


6. Sexualidade Integral

A sexualidade transcende o simples ato sexual. Ela é a força motriz que nos guia em direção à vida, ao desconhecido e ao que denominamos "outro". Quando nos permitimos ser conduzidos por essa poderosa energia erótica, experimentamos uma profunda sensação de liberdade e transformação. Entender a sexualidade em sua totalidade é como ter um mapa que nos guia por entre sentimentos de culpa, vergonha e preconceitos, iluminando os cantos mais obscuros de nossa psique. A sexualidade é considerada sagrada, não por uma mera crença, mas porque representa a pura união de todas as dimensões da vida. Na dança eterna de amor entre Shiva e Shakti, encontramos a perfeita harmonia. Shiva, a consciência que transcende, se entrelaça de forma inseparável com Shakti, a manifestação da divindade na terra, presente em nossos corpos e na natureza que nos rodeia.


Esses 6 princípios são instrinsecamente conectados. O aprofundamento em um fortalece o outro. Eles servem como orientações para a nossa expressão humana em relação aos outros e a nós mesmos. Não tem modelos e fórmulas prontas de como viver uma relação desperta. O mais importante é cultivar uma sincera vontade de viver o despertar em todas as suas dimensões – e o campo da relação é um dos mais desafiadores e ricos de todos.


~ Miho Mihov

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