Na nossa experiência humana existem dois tipos de sofrimento, que é importantes sabermos diferenciar. Eles podem ser descritos como:
Sofrimento fisiológico: causado por doenças, traumas físicos e violência, fome, sede, frio ou calor extremo e outros estressores do ambiente.
Sofrimento psicológico: causado pela nossa resistência em relação à nossa experiência, reclamação, identificação com as narrativas de vitimismo ou odio, pensamentos e emoções compulsivos e automáticos, vícios e obsessões, identificação com o nosso ego.
O sofrimento psicológico pode agravar o sofrimento fisiológico, dependendo das narrativas que contamos sobre as dores e desconfortos que vivemos. Por isso, precisamos ativar o nosso potencial de diminuir drasticamente o sofrimento psicológico, através de práticas de auto-investigação, consciência plena e ressignificação das nossas experiências.
No centro do sofrimento psicológico está a identificação com a nossa identidade fictícia (o ego), que é a causa principal do senso de separação e alienação.
O ego não é algo ruim. Ele é uma adaptação evolutiva para a nossa sobrevivência, mas quando ele se torna o único ponto de referência, nós sofremos com um autocentramento, e sem perceber nos prendemos nos jogos da mente.
Então, da próxima vez que você estiver sofrendo, experimente investigar a causa real deste sofrimento. A causa é a circunstância que está sendo vivenciada ou a narrativa e a identidade que está sendo construída em cima da experiência direta?
E lembre-se de que não há um "eu" sofrendo; há apenas um hábito da mente que gera um senso de angústia, dor, desconforto, e que já já vai passar. Enquanto isso, cuide da saúde do teu corpo e das tuas relações para que você possa evitar ou diminuir na medida do possível o sofrimento fisiológico em sua vida.
~ Miho Mihov
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